terça-feira, 12 de junho de 2012

Pra quem dizia que o amor não existe


Pra quem dizia que o amor não existe

Como pode algo que não existe insistir tanto?
Se a existência do amor é algo incerto
Em mim insiste em se manter concreto
Pois, como pode o inexistente causar pranto?

Como posso contigo me sentir completo?
Pois já sou todo eu e mais um tanto
É que sem ti vai-se da vida o encanto
Então será que está o amor correto?

Em devaneios anseio o teu calor
Mas como podem os sonhos causar dor?
Ainda sendo este amor que não existe.

Vivo feliz se em teu seio for
Pois morro todo dia de horror
Porque o inexistente ainda insiste.


quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O mundo é feito de escolhas

Hoje cedo eu resolvi escrever esse texto. Não é um poema como é normal eu publicar mas acho que ele é consonante com o objetivo do blog.
O mundo é feito de escolhas. Uma vez eu vi uma propaganda de pré-vestibular que dizia essa frase. Fora a metáfora banal com o método de provas múltipla escolha do vestibular, o fato de isso ser parcialmente verdade sempre ululou na minha mente. Parte verdade porque alem de ser feito de escolhas o mundo é feito da falta delas, ou melhor, do acaso. Muitos cientistas que foram muito mais perspicazes do que apenas serem capazes de passar no vestibular podem afirmar que a própria espécie humana é o resultado de um grande "acaso químico". Outros nem tão perspicazes dizem que somos resultado de uma escolha. Ao olhar por este angulo eu penso como essa frase pode parecer absurda. O mundo não é realmente feito de escolhas. Ele já estava aqui antes de fazermos escolhas. O mundo é mais complexo que isso, que a nossa capacidade de escolher. 

terça-feira, 15 de junho de 2010

Finito Jardim

Sempre inadequado e inexoravel
É o momento que me leva ao torpor
Ainda voa na memoria o perfume inodor
Foi-se o jardim em morte inevitavel

Das flores do jardim que eu plantei
Com mãos de terra, da raiz de meu empasse
Fica no ar o cheiro, de antes que murchasse
As ainda brancas margaridas que lhe dei

Sempre soube, tudo muda alguma hora
Mesmo a olhar meu jardim em plena aurora
Aguardava um sopro de cortante dó

Eu sabia que o que vem da terra hora procede
Que a materia viva, em momento apodrece
E que margaridas hora ou outra viram pó


Essa foi direto de 1/8/07

terça-feira, 8 de junho de 2010

Que as borboletas voam eu já sei
ruim seria não saber que sou também
e lamentar não ter voado com alguem
se em algum momento pude encontrar a minha flor.


só pra continuar falando das flores

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Solsticio de verão

Solsticio de Verão
Saúdo os poucos que vagam no mundo mirando o horizonte
que onde a vida lhes curva mantem a cabeça erguida
olhando o caminho transformam, em intento, a masela em partida
e sem baixar a cabeça sabem, que todo abismo pode ser ponte
São andorinhas em bando voando ao centro do furacão
tentando dobrar os ventos com sua vontade agrupada
mostrando ao mundo que podem dobrar e não ser dobradas
Em um voo incansavel para poder garantir o verão
Saúdo a todos que quebram as regras, mas
só aquelas que inviabilizam as primaveras das
pessoas que sempre aguardam o verão de pé
Saúdo aqueles nunca aceitam o que há de pior
que dobrando os ventos constroem um mundo melhor
e nunca, simplesmente nunca, irão aceitar a vida como ela é

Para um amigo e camarada

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

as vezes não lembro o que já vivi
O que não significa que eu não acumule com as experiências
Pois a memória é a gaveta das aparências
No armário do tempo em que estive ali.

Acho que o que pesa são os papéis dentro dos bolsos
Que esquecemos nos casacos já guardados
O cheiro de cigarro na camisa usada em dias passados
O perfume na blusa que faz lembrar os rostos

A mim não importa tanto o que guardo na gaveta
Pois dobrei com tanto cuidado, que esqueço, e pego a camiseta
fedendo a cigarro e saio amarrotado

Pois no meu armário do tempo guardo as roupas com que sorri
Os casacos com que nos dias frios eu sofri
E as aparências eu esqueço nas gavetas do passado

13/10/09

quinta-feira, 18 de junho de 2009

o mundo é quente e cada dia mais
me sinto frio e o vento me desqualifica
bate-me a fronte gritando. me pedrifica
sinto que cada dia somos menos iguais

Cato os destroços dos erros passados
nos lixões perdidos desta terra arrasada
mendigo carinho onde só doam risadas
e monto sonhos com meus achados largados

Aqueles que despresaram o ido no centro se desmontam
Quando me mostro, terriveis, esticam a mão e apontam
berrando assombrados pelo meu desvio de conduta.

Sigo frio em um mundo quente, entenda
disfarsando a minha tentativa pura e lenta
de manter-me lapidando a pedra bruta