quinta-feira, 26 de junho de 2008

Não sei nadar

Não sei nadar

escorrem pelas beiras do oceano as palavras
são peças desencaixadas do engano
que se mantem livre pelos anos
que passam alem das praias desertas.

deixe-me então.
presiso ser quem eu quero.
ao menos agora.
se não der mais não há.
então poderei deixar de ser o que não fui.
e continuar sendo só que virá.

e quando o mar tocar a praia saberá
que não foi a proa leve da aurora
que flutuou sobre o escrito
foi só mais um dia inspirador
avisando que o tempo é recolhido.

deixe-me então.
não há mais ser.
é só o vazio que abarca.
e viaja constante pela praia.
para não deixar-me ver
o que está.

então é tarde, e o tempo fecha.
e envolto em tempestate o barco vira.
e o arqueiro estica sua mão
e enquanto o barco gira
ele avisa o barqueiro
que o tempo é sua flecha
e que me mira o coração.

...continuo a não saber nadar.

Um comentário:

Dedé_Borges disse...

Ahhh que saudade eu tava de ler o que tens a dizer...